segunda-feira, 15 de outubro de 2012

traição

uma mesa longa no fim de tarde com muito vinho, grappa, doces e outros licores.
à mesa: um padre integralista, um casal (ela irmã de padre) com uma filha divorciada; uma mulher que todos imaginam traída pelo marido (apesar de ninguém ter a prova concreta e ela fazer de conta de que nada acontece); uma senhora de cerca 80 anos que com o marido comeu o pão que o diabo amassou; minha sogra (que vive sob as ordens da igreja); e nós dois.

a discussão era sobre o divórcio: abominado pela igreja.

o padre, muito diplomático, discursa que num caso de traição, um tem que saber perdoar e o outro precisa mudar.

nós meros não católicos (e que segundo a nossa sogra não temos um matrimônio de verdade porque não nos casamos na igreja) defendemos o nosso ponto de vista: que se não existe mais amor, ou em caso de traição, ou ainda, quando o respeito entre os dois não existe mais, o divórcio é a melhor opção.

o casal (que tem uma filha divorciada) até há pouco tempo sustentaria a opinião da maioria da mesa caso não tivesse passado por uma situação extrema na família.

e a senhorinha que sofreu a vida toda com um marido bêbado diz:
- em caso de traição, se o homem (porque claro... na cabeça delas é sempre o homem quem trai, já que o papel da mulher é a da eterna submissão) não deixar faltar nada em casa para a família, o casamento segue igual.

e nessa visão católica nós é que somos aqueles que não vivem um matrimônio de verdade!!
pois prefiro viver assim até o meu último dia de vida do que viver em uma mentira com a benção de um padre!