quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

uma noite atípica - parte II

o encontro deles, que começou no aeroporto e já estava especial, ganhou um sabor a mais.
sentido sp, tiveram problemas com o carro. o guincho da estrada foi chamado pelo telefone s.o.s. no acostamento. eles, continuaram sentados dentro do carro, sobre o guincho.
a lua cheia iluminava a noite.

vez ou outra, ela olhava para cima, para espiar pelo teto solar do carro, a lua que enchia seus olhos.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

uma noite atípica - parte I

o vôo florianópolis \ congonhas ganhou novo rumo... com overbook, o destino virou guarulhos. mas um moço muito gentil a esperava em congonhas...

ok, ela conseguiu avisa-lo e para lá ele foi. como ela disse, o moço é muito gentil...

não bastava a mudança de aeroporto, o embarque atrasou uma eternidade, isso porque a vigilância sanitária fez uma inspeção surpresa nos aviões!

sentou-se lá no fim, atrás de uma loira bem cafona, que tinha cara de mulher de cantor sertanejo. quem afirmava o suposto casamento eram seus dois filhos, duas espécimes especialmente irritantes. cada um tinha uma viola em mãos e tocaram o vôo todo, independente do olhar feio dos comissários. a tal cafona ainda fez confusão, dizendo:
- alguma coisa vazou da sua mala...

ai, ai, ai... no final ela abriu o compartimento e tirou a pistola de água de uma das pestes!!!! há! uma pinóia que era da sua mala...

exercício máximo de paciência.

avião em solo...
uma hora estacionado no aeroporto!
ela não podia descer, pois, um avião americano subiu e voltou com um passageiro que teve um ataque cardíaco. ambulâncias no asfalto.

o moço lá... a esperando. e ela, seguindo as instruções. não ligou o celular para avisar: beibe, estoy aqui. confessou, seu senso de educação insistiu em infrigir a lei aérea. mas ela já tinha ouvido uma advertência da comissária, por ter se levantado enquanto deveria ficar sentada. ui. sua bexiga estava prestes a explodir.

finalmente desceu. encontrou o moço.
no carro, ele a surpreendeu com um estonteante buquê de rosas vermelhas. mas não era só um buquê, era daqueles especiais, bem como ele.

[continua...]

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

das loucuras de mãe e filha...

- mãe, estou me aproximando do teu destino [tom de ironia acentuada - desacreditamos nestas ilusões estéreis].
- quê?
- teu namorado vai participar do seminário! [piada interna sobre o renato machado].
- não gosto mais dele. ele fica com a cabeça assim ó.
- ah, tá! eu tô vendo pelo telefone!
- hahahaha. ai, isso deve ser o calor. mas eu não tô mais interessada nele! percebi que ele é muito mulherengo...

[enquanto eu tentava entender como foi que ela chegou a esta conclusão, levei um tempo em silêncio].
- vc ta aí ainda? achei que não tivesse mais. definitivamente, não quero mais nada com ele. na verdade, acho que eu nunca quis.

ela vai rodar por ai...


resolveu rever fotos de um passado não distante.

para assim, desafiar-se a gastar menos em restaurantes e mais em viagens.


acabou de definir a sua meta para 2008.

se impôs dez meses para pisar de volta em paris, respirar o ar sem igual de toscolano maderno e dar um oi à amiga que mora em londres.


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

na madrugada da 2f

ela conversava com o amigo de outro país, com quem vai viajar em 23.03.

ele encontrou um site com muitas informações úteis para a viagem, enquanto ele contava que não consegue mais nem falar bem o seu idioma e nem a lingua daqui. disse que na última vez, seu pai disse não compreendia o que ele falava.

o amigo lia em voz volta, em seu dialeto próprio, que ela e mais alguns entendem, quando ela chegou perto do lap.
- mas esse site está em português!
- ah, tá? nem percebi! ih... virei brasileiro!

lá, ela vai contar as estrelas

da avó ela ganhou um terreno. lindo, lindo, na frente da praça que leva o nome de seu bisavô.
um quarteirão inteiro, pra um dia ela construi a casa de seus sonhos.

no gramado que vai longe já tem árvores de cereja, jabuticaba, laranja e outras. ela vai fazer um cantinho para morangos, outro para melâncias, perto do parreiral que já esta pronto.

já pensou no studio, num largo deque e na cama de elástico para pular no jardim em dias chuvosos e em noites de luar especial, feito hoje.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

da noite anterior

ela fez uso de uma licença poética para dizer-lhe como via a relação dos dois.
disse-lhe que carregava um punhado de areia na mão.
que ela se esforçava para transformar em cimento.
mas ora ou outra a areia escapava por entre seus dedos.
por mais que apertasse a mão, segurasse aquele punhado, cuidasse, ...
os grãos escorregavam.

ontem ela lhe disse:
- sabe aquele punhado de areia?
- sei.
- abri a mão e te ajudei a assoprar.
- me ajudou?
- é. você assoprou com uma força tão grande que me fez abrir a mão e assoprar com você.
- e onde foi parar?
- eu não sei. o ventou deu a direção. e este vento saiu dos teus pulmões.
- e o que caiu no chão? você juntou a sujeira com uma pazinha?
- não era sujeira.
[silêncio - ela procurava a palavra que escapou. na sua mente visualizava um apanhado com textura de talco, sem aquele cheiro enjoativo, num tom leve, quase um algosão doce. via ainda um brilho perolado, quando ele disse:]
- era muito sutil.
- era.
- e verdadeiro. ficou em volta de você, no ar?
- eu não sei.
- pode estar em volta.

[eles se olharam. e ela insistiu para que seus olhos não marejassem. ela não podia mostrar a ele que um ou dois grãos restavam em sua mão, como se tivessem se encaixado nas linhas da palma da mão].

assim ela pontuou o fim.
não se dispunha mais a oferecer o amor maior do mundo que dentro dela caleja.

o ponto final

seguiram em silêncio.
não era mais o silêncio confortável deles.
era aquele incômodo.

farpas, palavras levianas, desculpa esfarrapada e a intensidade de villa lobos.
assim começou o dia.

os pizzicatos puxavam a pele de seu coração e não as cordas do violoncelo.

a bachianas nº7 a levou ao chão e a botou de volta sentada na cadeira do espaço projetado por niemeyer.
ela sentiu uma explosão.
não tentou conter as lágrimas.
permitiu-se sentir, tão contrária dele.

ele virou um outro.
que não suas personas 1 e 2.
é um novo.
sem brilho no olhar.

virou um daqueles caras que precisa de legenda.
mediano.
a caminho de pequeno.

doeu vê-lo assim.
na noite anterior, ele estava afiado.
humilhou um amigo antes de sair.
ela sentiu-se mal por estar por perto.
por não ter como escapar daquelas palavras que saiam de sua boca.

não era mais ele.
não era mais o cara que ela queria para sempre.

o pra sempre deles, não durou quase nada.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

você não me causa mais taquicardias

sim, o coração continua a bater.
ele não me proporciona mais as arritmias e disritmias.
bate ..., ora falha.
não mais dispara por você.

resultado das tuas palavras não cumpridas, dos silêncios gritantes e dos momentos que com você não quero mais ter.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

o valentine's day deles...

não dormiram na noite anterior.
seguiram cedo ao ibirapuera.
eco bag em mãos: suco de uva, pão de queijo, biscoito de linhaça e girassol, cottage, doce francês e cerejas.

sentaram-se de frente para o lago e dedicaram um bom tempo.
ele lhe disse que o vestido que ela usava era o mesmo que vestia na última vez que foram ao parque.
ela não lembra. ..
teme que o último dia tenha sido um bem duro, que de doce teve só a orquestra da galicia.

voltarão no sábado.
irão ao concerto.
justo eles que são bons em desconsertos.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

não use mocassim perto dela...

a visão foi tão assustadora que ela até sonhou com uma vitrine...
repleta de mocassins!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

não se engane com ela \ ou, não perca tempo em ligar mais seis vezes...

por dentro:
palavras medidas.
impulsos contidos.

***

com outro:
au revoir.
so long farewell.
auf wiedersehen.

i'm glad to go,
i cannot tell a lie.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

posso pedir para entregar tão pouco? e se eu encomendar 10 cartelas?

além de exceder a cota do dia, o estoque de dorflex zerou.
ela terá que guiar pela av. angélica e providenciar novas cartelas laranjas.

com os olhos vermelhos, suas iris verdes parecem ainda mais verdes

ele poderia ama-la ou até amar outra. mas não.

ele é como a letra de how?, do lennon. as mais covardes das palavras do beatle john.

***

How can I have feeling
When I don't know if it's a feeling?
How can I feel something
If I just don't know how to feel?
How can I have feelings
When my feelings have always been denied?
Oh no, oh no

How can I give love
When I don't know what it is I'm giving?
How can I give love
When I just don't know how to give?
How can I give love
When love is something I ain't never had?
Oh no, oh no

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

das coisas deles

ontem atravessaram o trópico de capricórnio.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

3 coisas

1. chá com gengibre, limão e mel. [ela não bebe chá com leite].
2. sabonetes da loccitane. [não suporta sabonetes de mercado].
3. eisenbahn dunkel. [ela desaprendeu a beber cervejas como skol].

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

sua versão carnavalesca

domingo de carnaval, almoço na casa de L.P.
- tem que ir fantasiado!

figurino anos 20: vestido, sapato mary jane, chapéu cloche e o anel de noivado da bisavó. o que não era originalmente da década, parecia ser.

***

mais tarde foram à funhouse, onde um amigo tocou.
antes, ela passou em casa.
o figurino não seria apropriado. ela precisava de um vestido ball's e seu all star de couro branco.
dançou muito assim que chegou. mas o som extremamente alto a deixou com dor de cabeça e com um zumbido que permanece até agora em seus ouvidos.

voltou para casa e tomou quilos de dorflex.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

ao telefone com meu pai...

- lembra daquele chapéu?
- qual?
- o bege.
- panamá?
- não... aquele outro. um que eu adorava quando criança...
- ah... não sei onde foi parar.
- vi um igual no filme dos coen, ontem.
- vc gasta muito em cinema...
- pois é.
- aposto que já foi umas cinco vezes essa semana.
- três.
- vc gasta muito em cinema.
- tá. e o chapéu?

entrei no elevador com o casal de vizinhos velhinhos...

- buon giorno. - disse-me a senhorinha.
a resposta seguiu em italiano junto com a breve conversa.

- piacere di conoscerla - falou a velhinha. [mas ela me conhece há quase dois anos, pensei].

ela explicou que as palavras em português lhe fogem ora ou outra, e que só consegue falar em italiano. eu lhe disse que quando ela quiser conversar, é só tocar a minha campainha.

- o teu italino é muito bom.
- grazie. ele voltou de alguns passeios por lá.
- para onde foi?
- norte... milano, brescia...
- já morei por lá!
- que bacana! onde morou?
- em araraquara.
- onde??!??!?
- araraquara. é por isso que falo italiano.

fiz de conta que entendi o final da história e segui rumo à feira com minha eco bag...

sábado, 2 de fevereiro de 2008

pequenos luxos

ela se permitiu a pequenos excessos.
comprou sabonetes franceses, um trench coat vindo do continente europeu e três vestidos.
almoçou e jantou em restaurantes que gosta.

sorriu e pediu um café italiano com um gerbo para acompanhar.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

conversa de verdade

- podemos falar tudo um para o outro, pq já tivemos mta intimidade.

disse-lhe o ex affair cineasta, com quem ela saiu nesta noite.

falaram sobre medos, crises, demi-amores e cultura sub-desenvolvida.
enquanto bebiam cerveja irlandesa falaram sobre leningrado, vida em sociedade, nova zelândia, educação, iggy pop e dna.
falaram sobre reações do corpo, sobre a piracema feminina e a masculina [ele tem as datas, e sim, elas conferem].
mulher sem vergonha tbm estava em sua pauta, assim como paixonites, joão-de-barros, pinguins e gatos.
anti-depressivos, reações que despertam em outras pessoas, classe média, governo, filmes e schopenhauer. e ainda cunharam uma nova palavra: socio-apatia.

farão isso com mais frequencia.