quarta-feira, 19 de junho de 2013

me sentindo a otária do dia

um dia faz 14 graus,
e em um passe de mágica chega uma calor do Saara.

o termometro marca 38, e nem um ventinho facilita a respiração - que vai ficando pesada.

corro a loja de produtos naturais na esperança de encontrar um estoque de água de coco para repor a energia.
saio com todas as caixinhas da prateleira: 500ml por 4 euros (R$ 12).
e assim que abro dou conta de comprei um chá verde com aroma de coco!!

e a explicação na caixinha vinda da Alemanha: "verde como o coco verde".

terça-feira, 18 de junho de 2013

Bodas de Diamante



Se você é do tipo que não resiste a um romance bem meloso na tevê, chora com a cena romântica da novela ou até com a do comercial de margarina, tenho uma boa história pra te contar. Sessenta anos atrás um casal apaixonado quase foi impedido de dizer sim ao amor que um sentia pelo outro. Ela católica, ele luterano: uma diferença que hoje pode nos parecer quase insignificante, mas que na metade do século passado não era tão bem vista. Com a ajuda da sogra, a noiva topou um casamento às escondidas. Mas o evento organizado com toda cautela marcava a inauguração do novo Forum, e assim, foi transmitido na rádio! O pai dela, que era contra a união, não teve tempo o suficiente para mudar de opinião ou para interromper o grande dia. E logo após o casamento civil a família do noivo levou os dois pombinhos às pressas para a Igreja Luterana de Canoinhas para o segundo sim do dia. E é a esse casal que já enfrentou muitas dores mas que tem histórias melhores que um romance de cinema, que desejo outros 60 anos! Oma e Opa, vocês são os meus heróis! Foto: Alice e Carlos Egon Ihlenfeld em 18 de junho de 1954, em fotografia feita pelo pai do noivo no Foto Iris.

sábado, 15 de junho de 2013

conversa surreal

na limpeza de pele:

- olha, faz um tempão que não faço. acho que podemos fazer uma parte hoje e marcar uma segunda sessão ainda essa semana.
ela me faz deitar na "cadeira de dentista", olha a minha pele com aquela mega lente de aumento e me diz:
- mas você tem a pele limpa!
- ah, olha bem ai.

em cinco minutos a limpeza de pele acaba. e nas próximas duas horas massagens com creme + óleo + creme + esfoliação + óleo + creme + máscara.

e desde então me sinto meio intoxicada.

querendo me empurrar os produtos que vende me diz:
- a tua pele é ótima, mas você precisa usar uns creminhos.
- ah, mas eu uso!
- o que você usa?
- digo os dois nomes dos cremes da lancome.
- hummm.... não sei. não conheço. quer dizer, acho que essa marca ai não é muito conhecida. te dou uma amostra do meu creme.

mais tarde conto pra ele,
e ele, que de beleza não entende bulhufas me diz:
- e ela tentou te convencer que lancome não é conhecida? que desespero pra vender!

sexta-feira, 14 de junho de 2013

os olhos se abriram outra vez

há quem pense que um filho com problema é um desafio imposto por deus. é uma cruz que você deve carregar sem se lamentar.
eu não condivido esse pensamento.
ainda mais morando em um país (mesmo que com forte raiz católica) que permite o aborto.
se fosse diagnosticado um problema sério no inicio, eu não levaria a gravidez adiante. me parece muito egoismo levar até o fim. e manter um ser em caso crítico só pela vontade de ser mãe.

e foi por isso que ele me disse cuidadosamente enquanto estava na sala de espera da consulta com o geneticista:
- se a resposta não for boa não se desespere. a gente tem que esperar pelo negativo, se não, nem estariamos aqui. mas você vai ver, vamos encontrar uma outra solução e vamos enfrentar a vida.

a gente já tinha decidido. se a chance fosse presente, mesmo que pequena, não continuariamos. parariamos por aqui e em fevereiro entrariamos com o pedido de adoção. e então enfrentariamos uma nova longa espera.

a sala de espera do departamento de genética é um dos lugares mais apavorantes. a mãe com o filho com autismo o protegia abraçando enquanto ele gritava. como se o seu abraço o protegesse dos olhares reprovadores de quem estava em volta. nem mesmo uma palavra brusca pra tentar conte-lo (até porque ela sabiamente deve ter aprendido que essa comunicação não funciona). eu não sei se teria tanta estrutura para ser tão plena como aquela mãe.

no fim, um alívio.
a mutação só pode seguir como mutação. e não como doença.
podemos ter um filho portador são de uma doença má, a fibrose cistica. assim como eu sou portadora (sem nunca ter imaginado). mas não temos chances de ter um filho doente.

e em uma das poucas vezes, conseguimos sair da consulta sem carregar mil quilos nas costas.
saimos com o rosto mudado. com a expressão leve, aliviados.

e essa noite conseguimos dormir como há tempo não conseguiamos.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

obrigada apple


abro a caixinha do tel novo
olho pra ele e falo:
- eles sabem tudo.
- o que você está falando?
- eles sabem que eu sou uma brasileira na Itália. e querem me facilitar a vida colocando um manual em italiano e outro em português.
- abre o livretinho. você já vai encontrar em inglês e em alemão.
- nada de inglês. nada de alemão. português e italiano. viu só? tava lá me esperando!

quando a sogra é quase como mãe...

ela me olha cedo:
- você não está bem.
- não. estou tão nervosa pra consulta média que estou vomitando desde ontem.
- percebi pelo teu olho de peixe morto.
- e olha que passei rimel pra disfarçar!
- ah, menina... você não consegue disfarçar quando não está bem!

quarta-feira, 12 de junho de 2013

dia de romance

porque a gente é assim... um combinação inter-continental

comemora em fevereiro no dia se San Valentino;
e comemora em junho no dia dos namorados.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

ah, o amor

falando com Matteo (6 anos) sobre o seu amigo que beijou a garota.

ele me diz:
- mas eles são namorados! ele é apaixonado por ela!

pergunto:
- mas o que significa estar apaixonado?

ele responde:
- é quando o coração bate mais forte porque você encontrou uma garota especial.
depois San Valentino te encontra e ai vem o amor!

sexta-feira, 7 de junho de 2013

avançadinhos

Matteo, seis anos, sozinho no campo de futebol perto de casa.

ele:
- Matteo, volta pra casa.
- ainda não.
- volta!
- não.
- mas não gosto de te ver sozinho ai.
- eu não tô sozinho.

(passa um tempo)...
se repete o mesmo diálogo.

(passa um tempo e as meninas entram no campo).
eu para elas:
- por que vocês não chamam o Matteo pra jogar com vcs? ele está sozinho lá no canto (perto do mato).
- é porque o Miguel está lá com ele.
- mas eu não vejo o Miguel.
- ah, mas é porque ele tá escondido!
- como assim escondido?
- ele tá beijando a Irene!