sábado, 16 de fevereiro de 2008

o ponto final

seguiram em silêncio.
não era mais o silêncio confortável deles.
era aquele incômodo.

farpas, palavras levianas, desculpa esfarrapada e a intensidade de villa lobos.
assim começou o dia.

os pizzicatos puxavam a pele de seu coração e não as cordas do violoncelo.

a bachianas nº7 a levou ao chão e a botou de volta sentada na cadeira do espaço projetado por niemeyer.
ela sentiu uma explosão.
não tentou conter as lágrimas.
permitiu-se sentir, tão contrária dele.

ele virou um outro.
que não suas personas 1 e 2.
é um novo.
sem brilho no olhar.

virou um daqueles caras que precisa de legenda.
mediano.
a caminho de pequeno.

doeu vê-lo assim.
na noite anterior, ele estava afiado.
humilhou um amigo antes de sair.
ela sentiu-se mal por estar por perto.
por não ter como escapar daquelas palavras que saiam de sua boca.

não era mais ele.
não era mais o cara que ela queria para sempre.

o pra sempre deles, não durou quase nada.