terça-feira, 18 de dezembro de 2007

registros 18.12

Pouco antes das 4 da manhã ela acordou. Sentou-se na cama, como se soubesse que dentro de dois ou três minutos ele ligaria.

Na portaria do prédio dela, um bilhete esperava por ele, junto com a chave. Ela saiu de casa ainda escuro e para ele deixou pronto o café e um pedaço mordido de doce, pra instalar um sorriso no rosto logo cedo.

Um convite para jogar-se na cama desarrumada aquecia a escrita azul da stabilo 0,4 na folha arrancada da caderneta.

Encontraram-se para almoçar. Ela escolheu linguado a tapenade, ele, escalope com cuzcuz marroquino. De lá foram em busca do melhor bolo do mundo, acompanhado por um café italiano.

De volta no carro, em meio ao som do Who, ela lhe entregou a melhor e maior frase do mundo. Nunca tinha visto o rosto dele brilhar tanto. Ela não sabe descrever a forma que os lábios dele sorriram neste momento.

Depois disso ela buscou anestesia em comprimidos brancos. Justo ela que tanto queria sentir, agora busca táticas para amortecer.