quinta-feira, 20 de março de 2008

se precisar de máscaras espA(e)ciais, ela vai de lygia clarck

o esmalte vermelho de seus dedos dos pés não mais atravessarão o apartamento do moço que lhe deu uma lua.

ela pontuou um céu escuro.
não quer mais fazer parte desta constelação.
quer seguir, como as nuvens que rapidamente se movimentam com os ventos fortes.

não quer brilhar entre três marias.
bastam as sardas em seus ombros.

esta luz não faz seus olhos brilharem.

um céu sem estrelas cadentes, sem cometas e sem raios.
gentilmente, ela cede o espaço.

olha as unhas vermelhas se movimentando no chão de madeira de sua sala.
pesa as palavras levianas ouvidas no último mês.

procura a melhor forma de dizer: - vai se foder.
se a competição é a de quem faz o melhor conto de fim de semana, a imaginação dela pode até atravessar galáxias.
enquanto a dele, não vai além de uma nuvem carregada de poluição.