ela foi ao cinema com a melhor amiga.
viram le scaphandre et le papillon.
o fim de tarde ensolarado e a sessão de belas palavras, fizeram com que sua cabeça funcionasse em ritmo acelerado. desmoronando quem e o que não lhe valem a pena, como a parede rochosa que desabou na tela.
decretou-se mais uma vez a se jogar por um novo amor, a se permitir sentir tudo - até demais se for o caso - a sangrar, levantar e a ter um constante sorriso no canto da boca.
ela quer se apaixonar. mas são poucos os que fazem seu coração palpitar.
e sem esse bem\mal estar, ela não consegue nem mesmo beijar alguém.
já tentou.
é incapaz.
mas tão pouco admira quem consegue.
para ela, movimentos que deixam as avalanches de lado, têm sabor de comida de hospital. são sem cheiro, sem sabor e sem cor.
e para agora, ela quer cores vivas, cheiros naturais - ela não suporta perfumes - e sabores marcantes, feito pimenta ou chocolate.
ela quer cócegas no céu da boca, formigamentos nos pés e taquicardias.
está pronta.
abriu o espaço.