quinta-feira, 18 de agosto de 2011

gritos

ainda era escuro quando acordei com gritos assustadores.
o relógio ainda não marcava cinco horas.

abri a porta da varanda do quarto, para entender o que era e de onde vinha.
de frente a minha casa (que fica na metade da montanha) tem muito verde, muitas árvores e poucas casas.

o barulho vinha dali.
depois de alguns minutos entendi que era um cachorro.
um urlo sofrido, de dor. ritmado, a cada seis segundos o barulho que me apertava o coração e me fazia vontade de entrar naquele matagal procurar pelo bicho.

depois de mais de dez minutos imaginamos de que se tratava de um cachorro pequeno abocanhado por um cinghiale, um tipo de javali selvagem que tem muito por aqui.
e o choro continuava. até que sentimos um barulho de algo que se move rápido no mato (acho que era o bicho que o pegou que o chacoalhava com a cabeça pra matar) e silêncio.

não é tão normal eles se aproximarem tão perto de casa, mas como outro dia um cinghiale atacou um pastor alemão de uma prima do luca, imaginamos que aqui era o mesmo.

nessa hora queria ter um binóculo noturno e uma espingarda.
e pela primeira vez entendi porque estamos em uma zona de caça.