sempre a intrigou ver a reação de sua pastor-alemão astrid ao ganhar um osso, geralmente o maior, por conta de seu porte.
diferente das duas vira-latas e da poodle, astrid leva o osso ao lugar mais desconfortável do pátio, o espaço com pedregulhos.
e lá, olha para o osso.
ela não sabe o que fazer com tamanha delícia.
enquanto isso, as três outras cachorras devoram os seus pedaços.
por estes dias, ela ganhou um desses ossos.
daqueles bem bons, grandes, com carne e tutano.
mas não sabia o que fazer com ele.
o osso, que posto numa vitrine faz qualquer um salivar um balde, não despertou as suas papilas gustativas.
sentiu-se a astrid.
deu conta de que as vezes, observar de longe é mais satisfatório.
ou talvez, prefira um pé de alface.
afinal de contas, desde dezembro ela extinguiu carnes de seu menu...