terça-feira, 26 de junho de 2012

arranca meu coração com as mãos

e ele me diz: coloque as pernas pro alto.
fiquei assim meia hora, imóvel.

penso antes de falar. penso dez vezes antes de falar.
mas não resisto. é muita tortura pra mim.
pergunto: vc sabe que não tem o menor cabimento, não é mesmo?

ele me diz: mas a tua amiga seguiu as regras do doutor e engravidou!

e não sei o que me faz mais mal. se é ver que ele se recusa em aceitar o resultado do exame médico, ou em acreditar que tudo pode acontecer como mágica.
ou se acredita na delicadeza do médico de família que falou brincando "na verdade pra fazer um filho vocês precisam só de um" (como num tom de quem diz: não sou eu a dar a má notícia).

pode ser poético na teoria. mas na prática é destrutivo.