quarta-feira, 6 de junho de 2012

não pertenço mais à casa em que cresci

quem poderia ir ao "embarque" em vez de "desembarque" buscar alguém no aeroporto?
pois eu era aquela que esperava num vento frio na manhã de hoje de curitiba.
gritos, frases repetidas e a sensação de "já vi esta história antes".

não foi um mero deja vu... nosso último encontro num aeroporto foi tão tumultuado e confuso que pareciamos duas pessoas que não falavam a mesma lingua. uma fala grego, a outra chinês.

frieza.
palavras duras antes mesmo de um carinho,

e há quanto tempo mesmo não nos viamos?
pois é.

não eramos nem mesmo amigos ou mero conhecidos.

mas me sinto uma estranha aqui dentro.
uma estranha no meu próprio quarto.

uma estranha que no meio da noite deve ouvir:
- o que vamos comer hoje?
- (tentando manter a história com bom humor): eu que sou a visita aqui, lembra?
- então vou passar fome.
- ótimo. seremos dois.

e no meio de todo esse manicômio, digo:
- se eu fosse você teria vergonha.
vergonha por não me ver por mais de um ano e meio e no lugar de aproveitar cada segundo, o que você faz é botar tudo água baixo.

mais uma vez me sinto uma idiota por querer alimentar uma relação que só me faz mal.

cortar a relação me faria ainda pior. me mataria.

o melhor é continuar a 10mil km de distância... onde ele é doce ao telefone, e ela vez ou outra me desliga na cara e se irrita nas minhas duas primeiras palavras.