segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Domingo perdido

Ressaca sem ter bebido. Sensação pós ácido, mas sem ácido.

Domingo de frases soltas. E pessoas fracas. Raquíticas de fracas. E covardes.

Desafio perdido. Desafio rompido.

Palavras soltas, sem o peso que elas têm ao sair da tua boca, da tua busca, do teu gosto.

Gosto outro.

Artifício novo. Artifício de merda.

Era pra ser domingo açucarado com pimenta.

Era pra ser intenso, feito o sol que apareceu cedinho.

Foi vazio. Foi sem sal, sem gosto, sem graça.

Gosto de papelão molhado, feito tua voz hoje.

Pupila dilatada. Coração batendo forte, machucando, cavando feito uma britadeira. [isto não é uma metáfora, é desconforto cardíaco mesmo].

Sons aguçados. Cabeça latejando. Tudo acentuado, menos o sabor. Sensação de febre, frio no corpo, calor na face. Rosto rosado. Dorflex, Tylex, Tylenol extra forte. Café e brigadeiro.

Me enfiei numa sala pras horas passarem. Mas hoje deveria ser domingo de Chabrol, não domingo de Brisseau. Podia ser René Clair, Antonioni, Fellini, Almodóvar, Bertolucci ou David Lynch. Menos Brisseau.

Não era dia pra passar sozinha. Era dia que eu precisava de muito, e de tão pouco.

Foi um dia qualquer.

Não teve nada daquilo dos domingos que daqui pra frente teria. Nada.